LIFE FOR BIODIVERSITY
A importância da conservação dos ecossistemas na biodiversidade
A biodiversidade ou diversidade biológica abrange não só espécies raras, ameaçadas ou em perigo de extinção, mas também todas as formas de vida, desde os seres humanos até organismos com os quais estamos menos familiarizados, como micróbios, fungos e invertebrados.

A biodiversidade é importante para a maioria dos aspetos das nossas vidas. É valorizada tanto pelo que proporciona aos seres humanos como pelo valor que tem por si só. Os valores utilitários incluem as muitas necessidades básicas que os seres humanos obtêm da biodiversidade, tais como segurança alimentar, resistência às alterações climáticas, medicina, proteção humana e combustível.

Os ecossistemas prestam serviços essenciais, tais como polinização, disseminação de sementes, regulação do nosso clima, purificação da água, reciclagem adequada de nutrientes e até controlo de pragas que ameaçam as culturas.

Preservar a saúde dos ecossistemas garante o acesso aos alimentos através do papel vital dos polinizadores animais e outros recursos essenciais, como os ingredientes ativos de certos medicamentos contidos em plantas e ervas. Ecossistemas saudáveis e diversificados mantêm o equilíbrio natural, contribuindo para a purificação do ar e da água, a regulação do clima e a prevenção de inundações.

A biodiversidade também oferece o potencial para a descoberta de novos medicamentos e outros serviços ainda desconhecidos que podem beneficiar a humanidade.
PHENGARIS ARION
GRANDE BORBOLETA AZUL
A biodiversidade está sob crescente pressão das atividades humanas, com espécies em todos os ecossistemas enfrentando ameaças sem precedentes. A borboleta-azul-grande (Phengaris arion) é um exemplo marcante de como a perda de habitat, a fragmentação e outras mudanças induzidas pelo homem afetam a vida selvagem. Ao longo do último século, o domínio humano modificou extensivamente os habitats, levando ao que muitos chamam de «Antropoceno». As taxas atuais de perda de biodiversidade ameaçam a estabilidade ecológica em escala global. As principais ameaças diretas a espécies como a Large Blue incluem a destruição do habitat, o uso insustentável de recursos, espécies invasoras, poluição e alterações climáticas. As causas subjacentes a estas ameaças, como o crescimento populacional e o consumo excessivo, são complexas e interligadas.
A borboleta-azul-grande depende muito de ecossistemas específicos de pastagens, especialmente aqueles moldados pela agricultura de baixa intensidade, onde o tomilho selvagem (Thymus polytrichus) ou o orégão (Origanum vulgare) e a espécie de formiga hospedeira Myrmica sabuleti são encontrados em abundância.

O ciclo de vida da borboleta está adaptado de forma única a essas condições, dependendo de um equilíbrio delicado entre a disponibilidade de plantas e a sua relação simbiótica com as formigas hospedeiras.
A borboleta-azul-grande apresenta uma relação única com a espécie de formiga Myrmica sabuleti, dependendo dela durante períodos específicos dos seus estágios larval e pupal.

Essa complexa interdependência ecológica ressalta a vulnerabilidade da borboleta à perturbação e perda do seu habitat.
As larvas da borboleta praticam mirmecofilia obrigatória, atraindo formigas com uma mistura de açúcares e aminoácidos secretados pelas suas glândulas dorsais e imitando a forma das larvas das formigas. Esta relação começa quando as larvas da borboleta, após uma fase inicial de alimentação nas plantas hospedeiras, chegam ao solo e empregam mimetismo avançado para se infiltrar nas colónias de formigas.
Uma vez dentro dos formigueiros, a larva da borboleta come larvas de formiga até se transformar em crisálida na primavera seguinte. A larva da borboleta pode consumir mais de 200 larvas de formiga durante o seu desenvolvimento, o que pode causar um declínio na população de formigas.
ESTADO DE CONSERVAÇÃO
A espécie é motivo de grande preocupação em termos de conservação devido às suas necessidades específicas de habitat, pastagens, e à ameaça representada pela degradação e perda de habitat.
O declínio da borboleta Large Blue é atribuído principalmente à perda e degradação do habitat devido a:
intensificação agrícola que reduz a diversidade e abundância de flores silvestres, como o tomilho selvagem, e afeta negativamente os locais de nidificação da Myrmica sabuleti.
mudanças no uso do solo, como urbanização ou reflorestamento, que fragmentam ou eliminam os ecossistemas de pastagens abertas essenciais para a sobrevivência das borboletas.
abandono das práticas tradicionais de gestão da terra, tais como o pastoreio de baixa intensidade ou a ceifa, levando ao crescimento excessivo da vegetação, incluindo arbustos (Rosa canina, Prunus spinosa, Rubus fruticosus) e ervas altas, que tornam os habitats inadequados tanto para as plantas hospedeiras como para as formigas.
As alterações climáticas ameaçam a biodiversidade ao perturbar os ecossistemas e os serviços que estes prestam.
O aumento das temperaturas, a alteração dos padrões de precipitação e a maior frequência de fenómenos meteorológicos extremos degradam os habitats, alteram a distribuição das espécies e perturbam os ciclos de vida, como a reprodução e a migração.

Os habitats aquáticos, como zonas húmidas, lagoas e piscinas naturais, são especialmente vulneráveis às alterações climáticas e ao uso do solo. São cruciais para a biodiversidade e a regulação da água, proporcionando um refúgio essencial para os anfíbios. A degradação destes habitats reduz a retenção de água, aumentando o risco de secas, inundações e o declínio de espécies dependentes da água.

A conservação dos ecossistemas é essencial para a sustentabilidade da biodiversidade, uma vez que ecossistemas saudáveis sustentam uma grande variedade de espécies e prestam serviços essenciais, como purificação do ar, da água e do solo, regulação climática, polinização e segurança alimentar.
A biodiversidade não é apenas vital para espécies raras ou ameaçadas de extinção, mas também para as necessidades humanas quotidianas, fornecendo medicamentos, combustível e resiliência contra as alterações ambientais.
BUFO BUFO
Sapo comum
Os anfíbios, incluindo rãs, tritões e salamandras, desempenham um papel crucial em vários ecossistemas. O declínio das populações de Bufo bufo é atribuído principalmente à perda de locais adequados para a reprodução dos adultos e o desenvolvimento das larvas. Pequenas poças periódicas ou permanentes, zonas húmidas e viatelmas são vitais para os anfíbios. Estes habitats são uma componente essencial da nossa fauna e flora.

As alterações climáticas, caracterizadas por secas severas e aumento das temperaturas, estão a agravar a dessecação e as alterações metabólicas do sapo-comum.
As atividades humanas, incluindo o desenvolvimento urbano, a agricultura intensiva, a degradação da paisagem e as alterações no regime hídrico, resultam na perturbação do habitat e representam uma ameaça para a população de sapos.
O Bufo bufo, o sapo comum, é uma espécie que necessita de habitats específicos ao longo das suas várias fases de vida. Requer ambientes aquáticos, como poças e zonas húmidas, para a reprodução, onde as larvas se desenvolvem.

Fora da época de reprodução, os sapos adultos habitam áreas terrestres ricas em insetos, invertebrados e vertebrados menores. Além disso, procuram abrigo para hibernar debaixo de pedras, troncos ou folhas secas.
O aumento das temperaturas e as secas prolongadas aumentam a perda de água nos locais de reprodução e perturbam o metabolismo e o sucesso reprodutivo do sapo.
Além da perda de habitat, as alterações nos regimes hídricos e no uso da terra reduzem a disponibilidade de abrigos adequados e fontes de alimento.
O Bufo bufo, o sapo comum, desempenha um papel crucial na manutenção do equilíbrio do ecossistema e serve como um importante bioindicador. A sua importância ecológica é sublinhada pelo seu envolvimento em relações interespecíficas, bem como pela estratégia reprodutiva do sapo comum: ele deposita os seus ovos em cápsulas gelatinosas que os protegem da secagem, de agentes patogénicos e de predadores.

Além disso, a secreção escura que envolve os ovos ajuda a aquecê-los e a acelerar o seu desenvolvimento.
Os girinos consomem algas e pequenos animais, contribuindo para a limpeza dos habitats aquáticos.
O sapo-comum (Bufo bufo) consome insetos, minhocas, caracóis e vários outros invertebrados, ocasionalmente caçando pequenos roedores. Por sua vez, torna-se alvo de predadores, incluindo a lontra-de-rio (Lutra lutra), o gavião (Buteo buteo), a coruja-grande (Bubo bubo) e a cegonha-branca (Ciconia ciconia).

O sapo-comum serve de hospedeiro para parasitas, incluindo a mosca Lucilia bufonivora, cujas larvas consomem os seus tecidos.
ESTADO DE CONSERVAÇÃO
O sapo-comum é protegido em toda a UE por várias razões. Os principais fatores que ameaçam a sua população incluem
FRAGMENTAÇÃO DA PAISAGEM
Straßen und Bebauung verhindern die Wanderung von Fröschen zwischen Lebensräumen und verringern die genetische Vielfalt (je größer die genetischen Unterschiede, desto widerstandsfähiger ist die Population gegenüber Krankheiten und Klimaveränderungen).
TEMPERATURA

Entwicklung und Entwaldung tragen zu erhöhten Temperaturen in der Umwelt bei. Die Temperatur beeinflusst den Stoffwechsel von Kaulquappen und verändert die Aktivität von Insekten, die als Nahrung für erwachsene Kröten dienen.
ATIVIDADES AGRÍCOLAS E PESQUEIRAS
Intensive landwirtschaftliche Praktiken und schlechte Bewirtschaftung (übermäßige Fischfütterung, Einsatz von Pestiziden, Verschmutzung der Gewässer) tragen zum Rückgang der Erdkröte bei.
WASSERLEBENSRAUME
Die Erdkröte benötigt, ähnlich wie andere Amphibienarten wie der Grasfrosch (Rana temporaria) und der Teichsalamander (Salamandra salamandra), aquatische Lebensräume für die Entwicklung ihrer Larven.
Krankheitserreger
Die Erdkröte ist durch Krankheitserreger wie Chytridiomykose bedroht. Dieser Erreger befällt die Haut und beeinträchtigt die Atmung und Wasseraufnahme. Chytridiomykose ist ein wesentlicher Faktor für den weltweiten Rückgang der Amphibienpopulationen.