LIFE FOR BIODIVERSITY
Impacto das atividades humanas na conservação da biodiversidade
A biodiversidade abrange a variedade de plantas, animais, microrganismos, habitats, ecossistemas e características genéticas dentro das espécies, incluindo raças e variedades cultivadas. Estimativas sugerem que existem entre 10 e 100 milhões de espécies em todo o mundo, das quais apenas cerca de 1,7 milhões foram exploradas até agora. As atividades humanas têm ameaçado e reduzido significativamente a biodiversidade nos últimos anos.

A diversidade biológica é um património natural valioso e uma base essencial para a vida humana. Ela desempenha um papel crucial nos processos ecossistémicos e na adaptação dos ecossistemas às condições em mudança, especialmente nas alterações climáticas. Mais espécies e diversidade genética aumentam a adaptabilidade às mudanças ambientais. Além disso, apenas a natureza intocada pode proteger contra inundações e erosão do solo e fornece produtos essenciais, como alimentos, materiais de construção e ingredientes para medicamentos.

A Áustria é um dos países mais ricos em espécies da Europa graças à sua diversidade geográfica, com aproximadamente 67 000 espécies, incluindo 45 000 espécies animais e 3000 espécies de fetos e plantas com flores. Em toda a Europa, estima-se que existam 200 000 espécies animais e vegetais.

A biodiversidade na Áustria é muito afetada pelo uso do solo, industrialização, desenvolvimento de infraestruturas, destruição de habitats, alterações climáticas e emissões de luz. Problemas semelhantes existem em toda a UE, onde muitas zonas húmidas e inúmeras espécies animais estão ameaçadas.
Abelhas selvagens
As abelhas selvagens, tal como as abelhas melíferas, fazem parte da ordem dos insetos Hymenoptera e pertencem à família Apidae. Na sua maioria, levam uma vida solitária, sendo apenas os zangões e algumas abelhas suadas sociais. As abelhas selvagens preferem condições quentes e secas.
A reprodução das abelhas selvagens solitárias é realizada pela fêmea, que sozinha constrói e abastece 4 a 30 células de criação durante o seu período de voo de quatro a oito semanas. Cerca de 30% das abelhas selvagens dependem do pólen de plantas específicas, uma condição conhecida como oligolética. A maioria das abelhas selvagens vive solitariamente, enquanto algumas, como as abelhas-cuco, vivem parasitariamente e colocam as suas larvas nos ninhos de outras. Elas desempenham um papel crucial como polinizadoras de plantas selvagens, árvores frutíferas e culturas, contribuindo para a biodiversidade. As abelhas selvagens alimentam-se de néctar e pólen, com muitas espécies a dependerem do pólen de plantas específicas.
Os vírus estão espalhados por toda a Europa entre as abelhas, mas a sua ocorrência e interações, especialmente entre abelhas melíferas e abelhas selvagens, ainda são pouco compreendidas. O uso partilhado de recursos florais conecta as espécies de abelhas numa rede que permite a transmissão viral em todas as direções.
A presença de três vírus foi detetada em abelhas melíferas, abelhões e abelhas solitárias, sendo o vírus da asa deformada o mais disseminado. Foram observadas diferenças geográficas na distribuição do vírus, que não puderam ser atribuídas exclusivamente às condições climáticas.
Uma alta prevalência de vírus nas abelhas melíferas também pode afetar as abelhas selvagens. Além disso, espera-se que as mudanças climáticas, com seus extremos, influenciem a ocorrência de vírus nas abelhas selvagens, especialmente em áreas com temperaturas e precipitações extremas.
ESTADO DE CONSERVAÇÃO
Abelhas selvagens: fundamentais para a polinização e a biodiversidade
As abelhas selvagens são essenciais para a polinização, a diversidade vegetal e a biodiversidade. Elas promovem a produção de sementes e frutos e garantem fontes de alimento. O seu declínio ameaça a segurança alimentar e a biodiversidade.
Ameaça das influências humanas

As alterações climáticas, a perda de habitat, as monoculturas, os pesticidas e a apicultura estão a pôr em risco as abelhas selvagens, a vida vegetal e o abastecimento alimentar. Com distâncias de voo mais curtas entre os seus ninhos e as fontes de alimento do que as abelhas melíferas, elas são particularmente vulneráveis às alterações ambientais. Até 68 % das espécies na Europa Central estão ameaçadas.
Hábitos necessários


As abelhas selvagens precisam de locais para nidificar, alimento e materiais de construção, estruturas naturais como terrenos abertos, muros de pedra seca e caules de plantas;
Promoção através de medidas simples
Prados floridos, muros de pedra natural e jardins estruturados com sebes, canteiros e lagoas criam habitats. A reutilização de materiais existentes e a tolerância às «ervas daninhas» ajudam a preservar as fontes de alimento.
Desafios colocados pelas mudanças na paisagem
A agricultura intensiva e a impermeabilização do solo estão a destruir habitats ricos em flores. A perda de caminhos de areia, sebes e pilhas de madeira morta leva à falta de locais de nidificação e à escassez de alimentos, especialmente no final do verão.
Competição entre abelhas selvagens e abelhas melíferas
Em regiões com poucas flores, as abelhas melíferas substituem as abelhas selvagens. Estudos mostram a competição por alimento, mas as investigações diretas são limitadas.
Responsabilidade humana
O declínio das abelhas selvagens deve-se à perda de habitats estruturalmente ricos, não apenas das abelhas melíferas. Ambas coexistem em áreas ricas em flores. As cidades e as regiões rurais são igualmente afetadas. De acordo com a Lista Vermelha de 2011, 52,2 % das espécies de abelhas estão ameaçadas.
A biodiversidade abrange a variedade de plantas, animais, microrganismos, habitats, ecossistemas e características genéticas, incluindo espécies cultivadas e domesticadas. Cerca de 1,75 milhões de espécies foram cientificamente registadas em todo o mundo, embora o número real seja desconhecido e as estimativas variem entre 2,5 e 30 milhões de espécies.

A atividade humana tem ameaçado e reduzido significativamente a biodiversidade nos últimos anos.
A biodiversidade é um património natural valioso e uma base essencial da vida. Ela desempenha um papel crucial nos processos ecossistémicos e na adaptação às mudanças ambientais, particularmente no contexto das alterações climáticas. As espécies e a diversidade genética aumentam a adaptabilidade. Além disso, um ambiente natural intacto protege contra inundações e erosão do solo e fornece recursos vitais, como alimentos, materiais de construção e substâncias medicinais.

Graças à sua diversidade geográfica, a Áustria é um dos países com maior biodiversidade da Europa, com cerca de 68 000 espécies, incluindo cerca de 54 000 espécies animais.
De acordo com as Listas Vermelhas, mais de metade de todos os anfíbios e répteis, quase metade de todos os peixes e um terço de todas as aves e mamíferos estão em perigo de extinção.
As principais causas da perda de biodiversidade na Áustria e na UE são as alterações no uso do solo, a industrialização, o desenvolvimento de infraestruturas, as alterações climáticas e a destruição de habitats.
Morcegos
Os morcegos precisam de habitats interligados: abrigos, áreas de caça e corredores de voo. Eles usam abrigos para reprodução, hibernáculos para evitar perda de energia e abrigos para acasalamento e agrupamento para garantir a troca genética. Eles caçam na vegetação, em estruturas ou no espaço aéreo; zonas húmidas e florestas promovem a sua diversidade. Corredores de voo escuros são essenciais para orientação e condicionamento físico.
Mutualismo
Os morcegos interagem com várias espécies em diferentes relações interespecíficas:
Na Europa, o mutualismo direto entre morcegos e plantas, especialmente através da polinização, é menos comum do que nas regiões tropicais. No entanto, algumas espécies de plantas, como o espinheiro (Crataegus monogyna), estão adaptadas à polinização por morcegos.
Parasitismo
Os morcegos hospedam ectoparasitas, como moscas e ácaros, que se alimentam do seu sangue e podem transmitir doenças. Esses parasitas podem causar perda de sangue, infeções, alterações comportamentais e sobrecarregar o sistema imunológico. No entanto, estudos recentes questionam o quanto os morcegos realmente sofrem com eles. Os morcegos também são portadores de vírus, incluindo coronavírus transmissíveis a animais ou seres humanos.
Comensalismo
Alguns morcegos vivem em estruturas humanas, como edifícios ou pontes, sem causar danos aos seres humanos. Compreender essas relações é fundamental para a conservação dos morcegos e o equilíbrio ecológico.
ESTADO DE CONSERVAÇÃO
Organizações de conservação, como a Bat Conservation International, estão a trabalhar para reduzir as ameaças aos morcegos através da investigação, proteção do habitat e educação pública. Elas monitorizam populações, protegem habitats importantes e desenvolvem estratégias para combater doenças como a WNS – Síndrome do Nariz Branco.
Perda de habitat
A destruição dos locais de repouso e alimentação, frequentemente causada pela urbanização e desflorestação, representa uma ameaça significativa.
Utilização de pesticidas
O uso de pesticidas reduz a disponibilidade de insetos como fonte de alimento e pode causar envenenamento, o que representa um risco adicional para os morcegos.
Alterações climáticas
As alterações climáticas afetam as populações de insetos e a disponibilidade de locais adequados para repouso, o que, por sua vez, afeta a sobrevivência dos morcegos. Os morcegos responderam tanto de forma positiva (por exemplo, expansão da área de distribuição) como negativa (por exemplo, declínio populacional), com eventos extremos a resultarem sempre em respostas negativas ou neutras.